Cinco mortos foram registrados e 161 contatos estão sendo monitorados. A letalidade do patógeno chega a quase 9 de 10 casos segundo a OMS.

O Ministério da Saúde da Tanzânia confirmou no dia 21.03.2023 o seu primeiro surto do vírus Marburg, vírus da mesma família do ebola, depois que oito casos testaram positivo para o patógeno na região de Kagera, Noroeste do país. Destes, cinco morreram, uma taxa de letalidade de aproximadamente 63%. Segundo a OMS, a mortalidade do agente infeccioso pode chegar a 88% dos contaminados.

Há pouco mais de um mês, a Guiné Equatorial também registrou de forma inédita o vírus no país. Enquanto no ano passado, Gana identificou o patógeno pela primeira vez. A preocupação das autoridades de saúde com o avanço do Marburg entre os países africanos é devido à gravidade da infecção e por não haver vacinas e medicamentos aprovados para prevenir ou tratar a doença.

Na Tanzânia, os três casos confirmados sobreviventes estão recebendo atendimento médico em centros hospitalares. E, de acordo com OMS regional para a África, sintomas envolveram febre, vômito, sangramento por diferentes orifícios e insuficiência renal. Se identificaram um total de 161 contatos próximos aos infectados e estão sendo monitorados.

“Os esforços das autoridades de saúde da Tanzânia para estabelecer a causa da doença são uma indicação clara da determinação de responder efetivamente ao surto. Estamos trabalhando com o governo para ampliar rapidamente as medidas de controle para deter a propagação do vírus e acabar com o surto o mais rápido possível”, afirma em comunicado o Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para a África.

Como a Tanzânia vai controlar o surto do vírus Marburg?

A organização enviou um time emergencial de especialistas para a região de Kagera para auxiliar na resposta ao surto e nas investigações epidemiológicas. Segundo o *Africa CDC, que também enviou uma equipe à Tanzânia, um dos pontos de alerta é pelo fato de a área onde os casos confirmados ser de fronteira com três outros países: Uganda, Ruanda e Burundi. “A elevada mobilidade populacional na região representa um risco de propagação transfronteiriça”, diz a nota da instituição.

Africa CDC continua empenhado em apoiar a Tanzânia e seus vizinhos para deter este surto o mais rápido possível. Pedimos ao público que continue compartilhando informações em tempo hábil com as autoridades para permitir uma resposta mais eficaz. Essas doenças infecciosas emergentes e reemergentes são um sinal de que a segurança sanitária do continente se precisa fortalecer para lidar com as ameaças de doenças”, defende Ahmed Ogwell Ouma, diretor da organização.

A OMS destaca ainda que o país enfrentou epidemias recentes nos últimos três anos, como da covid-19, da cólera e da dengue. Embora seja a primeira vez que a Tanzânia registre o vírus de Marburg. E, o país se classificou como de “alto risco para surtos de doenças infecciosas” em avaliação da organização em setembro do ano passado.

“As lições aprendidas e os progressos alcançados durante outros surtos recentes devem colocar o país em uma boa posição ao enfrentar este último desafio. Continuaremos a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades nacionais de saúde para salvar vidas”, diz Moeti.

*Africa CDC – Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África

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