22 Abril 2022 – Lusa
O presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública da Guiné-Bissau pediu hoje uma reativação da parceria com o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, colaboração que já foi “bastante estreita”, mas esfriou devido à instabilidade no país africano.
O responsável guineense recordou que “no passado houve uma colaboração bastante estreita entre o Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Portugal e o Ministério da Saúde Pública” da Guiné-Bissau, o que permitiu criar o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, no hospital de Simão Mendes.
Mais tarde, lembrou Balde, o instituto português contribuiu para a criação do Instituto Nacional de Saúde Pública guineense, “com uma colaboração bastante intensa”.
“Depois houve uma retração devido aos acontecimentos na Guiné-Bissau”, lamentou o especialista guineense, referindo-se à instabilidade no país.
Aladje Balde assumiu que “gostava de reativar essa parceria, fazer melhor do que acontecia”, e acrescentou que conta com o apoio do IHMT.
“Temos muito a ganhar com o IHMT de Portugal, que tem muito `know-how`”, disse, salientando que o organismo português pode ajudar na investigação, bem como financiar projetos.
O ministro da Saúde da Guiné-Bissau visitou em julho do ano passado o IHMT, que iniciou em março, no âmbito do projeto Ianda Guiné Saúde, o Curso Internacional de Especialização de Saúde Público, com duração de 11 meses, para 26 médicos guineenses.
Também a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) de Cabo Verde, Maria da Luz Lima, destacou, em resposta à Lusa, a “parceria importante” com o IHMT, recordando que o ex-diretor do organismo português Paulo Ferrinho participou na comissão instaladora do instituto que dirige.
Mais tarde, em 2018, o INSP e o IHMT assinaram um memorando de entendimento que engloba várias áreas, desde a investigação, a formação ou a vigilância epidemiológica, sendo que algumas ações começaram a ser implementadas desde 2016.
“Já foram administradas mais de uma dezena de formações fruto dessa parceria, desde sequenciação genómica, escrita científica, bioestatística, técnicas de entomologia medica, entre outros”, elencou.
Paralelamente, profissionais da saúde de Cabo verde têm participado regularmente nos congressos e outras reuniões científicas do IHMT, bem como em cursos em várias áreas, lembrou Maria da Luz Lima, acrescentando ainda que a parceria do IHMT com Cabo Verde tem abarcado também projetos de investigação, nomeadamente nas áreas das doenças transmissíveis.
O Instituto de Higiene e Medicina Tropical foi fundado a 24 de abril de 1902, por carta de lei do Rei D. Carlos I, como Escola de Medicina Tropical, tornando-se a quarta escola de medicina tropical a ser criada no mundo.
Atualmente o instituto mantém fortes ligações aos países africanos de língua portuguesa e quase metade dos seus 600 alunos são provenientes de países como Moçambique, Guiné-Bissau, Angola, Brasil, Cabo Verde, entre outros.
Fonte: RPT